Porém, é exatamente nesta variedade onde radica a riqueza e a criatividade das atuações comunitárias. Por isso, longe de pretender dar uma normativa universal, o profissional ou grupo que leve adiante qualquer programa fará bem em atender o que lhe oferecem as peculiaridades locais. Ao mesmo tempo, levaremos em consideração como o regionalismo e a necessidade de um contato direto com os protagonistas e com toda a dinâmica comunitária, pode fazer perder a perspectiva necessária para tratar de conseguir uns objetivos e buscar uma metodologia adequada.
Em linhas gerais, nossa proposta metodológica pode resumir-se nas seguintes frases:
- Detenção e análise da demanda:
Supõe valorizar quem é o demandante e quais as parcelas de implicação e
continuidade que podem ser asseguradas.
Pretendemos, venha de onde venha a demanda (Assistente Social, Associações, Igreja, etc), que se chegue a um compromisso com a Associação ou responsável administrativos do setor de onde surgiu a demanda, para poder assegurar a gestão, desenvolvimento e continuidade do programa. Por outro lado, se torna muito mais fácil conseguir o envolvimento de muitos mais setores da comunidade se for possível contar com um apoio político e administrativo.
Também se supõe analisar a demanda nos seus dois níveis, explicito e latente. Desta forma será possível formular as respostas adequadas, e caso seja necessário, reformular a demanda.
É fundamental analisar e averiguar o que é o que esperam não só do programa, mas também da equipe de profissionais ou técnicos. É Comum acontecer que depois de feita a demanda, há uma tendência de delegar nos profissionais o trabalho de programas as intervenções, propor soluções, em definitiva a colocação em marcha e desenvolvimento do programa. O profissional deve intervir para utilizar esta posição de saber em que se encontra para, sem cair na armadilha, de passar a explicar aos outros o que tem que fazer, mas deve promover encontros, onde um grupo amplo reflexione sobre o que se pode fazer. O saber técnico do profissional, às vezes tem que passar, pelo menos aparentemente, a um plano secundário, para não interferir no posicionamento ativo das outras pessoas que intervém, e que não são profissionais.
Para a materialização, gestão e desenvolvimento do programa, será conveniente e prático criar um grupo estável que assuma uma série de responsabilidades concretas que permitam a colocação em marcha e assegurem a continuidade do programa. De todos modos, não é prioritário sua constituição oficial e é bom esperar até que sua formação se dê de forma natural. Enquanto isso, podemos ir funcionando mantendo reuniões informais.
O ideal seria que esse grupo estivesse formado por representantes das forças vivas da comunidade (Chefes de Setor, Assistente Social, Igreja, Associações de Pais de alunos, Professores e Organizações que existam na área, médicos, Clubes esportivos, etc.). Entretanto é importante considerar que um grupo muito grande pode ser uma dificuldade para trabalhar, principalmente no inicio. Em todo momento, o numero de integrantes desta comissão respeitará os critérios da operação do projeto.
A equipe de profissionais se encarregará de dirigir ou dar supervisão na formação técnica necessária deste grupo, através de cursos, em forma de seminários permanentes, e através do labor continuo de assessoria. Porém, como já dissemos, esta formação sempre estará vinculada à evolução do grupo, sempre com o cuidado de não interferir com o papel ativo que esperamos dos demais componentes do grupo.
- Criação do Grupo de Intervenção comunitária ou uma Comissão Municipal:
- Investigação e conhecimento do meio:
- Identificando as necessidades e problemas existentes, através de dados objetivos (indicadores sanitários, dados sócio-demográficos, pesquisas epidemiológicas, etc) e de dados subjetivos (opiniões dos profissionais da área, demandas, inquietudes e preocupações de setores determinados, etc.).
- Identificando os recursos existentes (quais, quantos, funcionamento, coordenação, etc.)
- Programação:
- Execução do programa:
- Avaliação do programa. Depois de analisar os dados reunidos na fase anterior, o grupo formado, com assessoria dos profissionais, definirá os objetivos almejados, planejará as fases e metodologia para lográ-lo, reorganizará os recursos humanos e materiais existentes, se distribuirão tarefas e responsabilidades concretas para cada um dos membros do grupo, etc. Em definitiva, elaborarão um programa de intervenção comunitária especifico para o bairro ou município em questão. O objetivo em médio prazo é conseguir que este grupo progressivamente se encarregue de coordenar, promover e administrar o programa. É importante que o grupo sinta que é parte integrante do programa e, portanto se sintam responsáveis do funcionamento do mesmo. Também é importante que valorizemos a capacidade de ação do grupo, evitando que se sobrecarregue com um excesso de tarefas, que logo vai ser impossível de realizar e que venha a produzir desanimo. É o momento de tomar contato com a realidade programada. Surgem novos problemas, fracassam recursos que estavam previstos e aparecem outras possibilidades que não haviam sido levados em conta. O grupo, com assessoramento dos profissionais, deverá ir solucionando estas questões e também deverá buscar alternativas quando seja necessário. Mais uma vez, a equipe de profissionais se encarregará da supervisão da formação específica do pessoal necessário para a execução do programa (professores, pais, voluntários, monitores, etc.) Todo este pessoal que se formou será o encarregado de intervir nos programas preventivos de diversas índole que se coloque em marcha.
É necessário que todos os programas disponham de algum sistema de avaliação ou seguimento que permita saber se a maioria dos objetivos foram alcançados, se houve algum efeito contrapreventivos, conhecimento das dificuldades encontradas, etc, pois isto é o que nos permite refletir, e assim avançar, sobre o trabalho realizado.
Lista de recursos comunitários que podem ajudar no trabalho de prevenção comunitária das dependências de drogas e outras em atuações em Promoção de Saúde.
Já esclarecemos que os agentes preventivos não são apenas os profissionais da prevenção de drogas. Estes profissionais devem tentar converter em protagonistas a maior quantidade possível de indivíduos da comunidade.Passemos a ver alguns exemplos:
- Escolas, Universidade.
- Famílias.
- Centros recreativos
- Centro de saúde
- Sindicatos,
- Partidos Políticos
- Empresas, Industrias.
- Associações culturais, fundações.
- Serviços sociais
- Organizações ou grupos musicais
- Grupos Ecológicos
- Administração da Justiça
- Centros esportivos
- Organizações religiosas
- Meios de comunicação
- Governo
- Câmara Municipal
- Organizações de voluntários
- Cursos
- Etc
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