sábado, 2 de outubro de 2010

METODOLOGIA DA INTERVENÇÃO COMUNITARIA

A realização de programas de intervenção comunitária adota uma grande variedade devido às diversidades de enfoques e áreas que conformam uma comunidade. É por isso que a aproximação metodológica poderá variar segundo a infra-estrutura, ideologia, nível de preparação, de compromisso e de dedicação existente em cada comunidade.
Porém, é exatamente nesta variedade onde radica a riqueza e a criatividade das atuações comunitárias. Por isso, longe de pretender dar uma normativa universal, o profissional ou grupo que leve adiante qualquer programa fará bem em atender o que lhe oferecem as peculiaridades locais. Ao mesmo tempo, levaremos em consideração como o regionalismo e a necessidade de um contato direto com os protagonistas e com toda a dinâmica comunitária, pode fazer perder a perspectiva necessária para tratar de conseguir uns objetivos e buscar uma metodologia adequada.
Em linhas gerais, nossa proposta metodológica pode resumir-se nas seguintes frases:
  1. Detenção e análise da demanda:
    Supõe valorizar quem é o demandante e quais as parcelas de implicação e
    continuidade que podem ser asseguradas.
    Pretendemos, venha de onde venha a demanda (Assistente Social, Associações, Igreja, etc), que se chegue a um compromisso com a Associação ou responsável administrativos do setor de onde surgiu a demanda, para poder assegurar a gestão, desenvolvimento e continuidade do programa. Por outro lado, se torna muito mais fácil conseguir o envolvimento de muitos mais setores da comunidade se for possível contar com um apoio político e administrativo.
    Também se supõe analisar a demanda nos seus dois níveis, explicito e latente. Desta forma será possível formular as respostas adequadas, e caso seja necessário, reformular a demanda.
    É fundamental analisar e averiguar o que é o que esperam não só do programa, mas também da equipe de profissionais ou técnicos. É Comum acontecer que depois de feita a demanda, há uma tendência de delegar nos profissionais o trabalho de programas as intervenções, propor soluções, em definitiva a colocação em marcha e desenvolvimento do programa. O profissional deve intervir para utilizar esta posição de saber em que se encontra para, sem cair na armadilha, de passar a explicar aos outros o que tem que fazer, mas deve promover encontros, onde um grupo amplo reflexione sobre o que se pode fazer. O saber técnico do profissional, às vezes tem que passar, pelo menos aparentemente, a um plano secundário, para não interferir no posicionamento ativo das outras pessoas que intervém, e que não são profissionais.
    Para a materialização, gestão e desenvolvimento do programa, será conveniente e prático criar um grupo estável que assuma uma série de responsabilidades concretas que permitam a colocação em marcha e assegurem a continuidade do programa. De todos modos, não é prioritário sua constituição oficial e é bom esperar até que sua formação se dê de forma natural. Enquanto isso, podemos ir funcionando mantendo reuniões informais.
    O ideal seria que esse grupo estivesse formado por representantes das forças vivas da comunidade (Chefes de Setor, Assistente Social, Igreja, Associações de Pais de alunos, Professores e Organizações que existam na área, médicos, Clubes esportivos, etc.). Entretanto é importante considerar que um grupo muito grande pode ser uma dificuldade para trabalhar, principalmente no inicio. Em todo momento, o numero de integrantes desta comissão respeitará os critérios da operação do projeto.
    A equipe de profissionais se encarregará de dirigir ou dar supervisão na formação técnica necessária deste grupo, através de cursos, em forma de seminários permanentes, e através do labor continuo de assessoria. Porém, como já dissemos, esta formação sempre estará vinculada à evolução do grupo, sempre com o cuidado de não interferir com o papel ativo que esperamos dos demais componentes do grupo.
  2. Criação do Grupo de Intervenção comunitária ou uma Comissão Municipal:
  3. Investigação e conhecimento do meio:
Uma vez formado o grupo de intervenção comunitária, os profissionais manterão reuniões periódicas com o grupo com a finalidade de pesquisar e estudar a comunidade sobre a qual se vai intervir.
  1. Identificando as necessidades e problemas existentes, através de dados objetivos (indicadores sanitários, dados sócio-demográficos, pesquisas epidemiológicas, etc) e de dados subjetivos (opiniões dos profissionais da área, demandas, inquietudes e preocupações de setores determinados, etc.).
  2. Identificando os recursos existentes (quais, quantos, funcionamento, coordenação, etc.)
  1. Programação:
  2. Execução do programa:
  3. Avaliação do programa.
  4. Depois de analisar os dados reunidos na fase anterior, o grupo formado, com assessoria dos profissionais, definirá os objetivos almejados, planejará as fases e metodologia para lográ-lo, reorganizará os recursos humanos e materiais existentes, se distribuirão tarefas e responsabilidades concretas para cada um dos membros do grupo, etc. Em definitiva, elaborarão um programa de intervenção comunitária especifico para o bairro ou município em questão. O objetivo em médio prazo é conseguir que este grupo progressivamente se encarregue de coordenar, promover e administrar o programa. É importante que o grupo sinta que é parte integrante do programa e, portanto se sintam responsáveis do funcionamento do mesmo. Também é importante que valorizemos a capacidade de ação do grupo, evitando que se sobrecarregue com um excesso de tarefas, que logo vai ser impossível de realizar e que venha a produzir desanimo. É o momento de tomar contato com a realidade programada. Surgem novos problemas, fracassam recursos que estavam previstos e aparecem outras possibilidades que não haviam sido levados em conta. O grupo, com assessoramento dos profissionais, deverá ir solucionando estas questões e também deverá buscar alternativas quando seja necessário. Mais uma vez, a equipe de profissionais se encarregará da supervisão da formação específica do pessoal necessário para a execução do programa (professores, pais, voluntários, monitores, etc.) Todo este pessoal que se formou será o encarregado de intervir nos programas preventivos de diversas índole que se coloque em marcha.
Para que um programa de prevenção ou de promoção da saúde seja avaliável de uma forma experimental, deve ter sido previsto desde o primeiro passo. Porém, também podemos estabelecer critérios menos ambiciosos, em virtude do alto custo econômico e pessoal das avaliações que reúnem as características experimentais.
É necessário que todos os programas disponham de algum sistema de avaliação ou seguimento que permita saber se a maioria dos objetivos foram alcançados, se houve algum efeito contrapreventivos, conhecimento das dificuldades encontradas, etc, pois isto é o que nos permite refletir, e assim avançar, sobre o trabalho realizado.
O grupo de intervenção comunitária, como o apoio técnico dos profissionais, determinará os objetivos que devem ser avaliados, e desenharão as estratégias de avaliação oportunas.
Lista de recursos comunitários que podem ajudar no trabalho de prevenção comunitária das dependências de drogas e outras em atuações em Promoção de Saúde.
Já esclarecemos que os agentes preventivos não são apenas os profissionais da prevenção de drogas. Estes profissionais devem tentar converter em protagonistas a maior quantidade possível de indivíduos da comunidade.Passemos a ver alguns exemplos:
    • Escolas, Universidade.
    • Famílias.
    • Centros recreativos
    • Centro de saúde
    • Sindicatos,
    • Partidos Políticos
    • Empresas, Industrias.
    • Associações culturais, fundações.
    • Serviços sociais
    • Organizações ou grupos musicais
    • Grupos Ecológicos
    • Administração da Justiça
    • Centros esportivos
    • Organizações religiosas
    • Meios de comunicação
    • Governo
    • Câmara Municipal
    • Organizações de voluntários
    • Cursos
    • Etc

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