Em nosso país, a rede preventiva deve atuar em quatro níveis de inserção:
- Educação formal nos seus diferentes aspectos
- Vida Municipal ou das comunidades.
- Vida laboral, com vista nos aspectos empresariais, bem como na gestão sindical.
- O esporte nas suas varias manifestações.
A educação preventiva deve partir de uma concepção onde a informação sobre o uso indevido de drogas se torna insuficiente e inclusive indutiva em certos alunos, caso não seja incluído em um programa global de desenvolvimento afetivo e familiar do educando dentro de um contexto sócio-cultural onde a procura da substancia ilícita encontre um sentido e uma compreensão para lograr uma mudança interior e de comportamento benéfico.
A educação preventiva deve distinguir entre grupos sociais de maior risco e grupos de menor risco. A finalidade do trabalho será diferenciar estas duas realidades para permitir uma abordagem melhor tendo em vista diferentes variantes e problemática.
A educação preventiva deve partir de certos fatos que são patentes e salta à luz:
- A crise da instituição escolar em nosso país e na sociedade tecnológica em geral, como instrumento de transmissão cultural.
- O pronunciado declive da função do docente e do prestigio de sua palavra assim como a queda de ideais identificadores tão necessários para um sujeito em crescimento como resultado do deterioro da figura do professor como pai substituto social.
- A incorporação da comunicação televisiva como meio educativo informativo muito mais penetrante que o discurso escolar ao mesmo tempo, o prestigio que para a criança e o adolescente tem sua mensagem.
- A explosão da matricula educativa em algumas áreas geográficas eu não foi acompanhada por um desenvolvimento de infra-estrutura e dos recursos humanos adequados.
- O nível de abandono escolar em algumas regiões do país que fará que o programa preventivo organize formas de capacitação desta população crítica cativa, sem escola.
- O problema de abandono escolar no ensino Fundamental é muito grande, e converte a este grupo desertor como de risco psicosocial.
- O problema se complica mais ainda na escola de ensino Médio onde o nível de abandono é bem maior.
A droga se incorpora a esse mundo irreal, de desencontros e vazio.
Drogas estimulantes de um flash ou drogas narcóticas isolantes. Dá no mesmo. O paradigma é a fuga da realidade. Uma realidade para a qual o sujeito não esta preparado para assumir não tem nem o recursos nem suporte suficiente para sustentar-se nela.
A educação preventiva deve passar por diferentes setores:
- O agente preventivo docente
- O jovem ou criança em crescimento
- A família da criança
- A estrutura curricular do ensino
- A estrutura institucional escolar
O primeiro módulo capacita ao docente em quatro tópicos fundamentais:
- Pessoa: Deve-se tomar o desenvolvimento evolutivo normal e patológico.
- Droga: Os diferentes tipos e efeitos assim como a diferença entre uso, abuso e adição.
- Contexto:
- Familiar: Deve-se analisar a dinâmica dos círculos de parentes e fraternais em seus aspectos.
- Social: neste caso o impacto tecnológico e suas incidências nos seus usos e costumes.
- Institucional: O homem se realiza num contexto social e legal institucional.
- Prevenção escolar: a realização de uma escola participativa com utilização criativa do tempo livre e que supere a simples informação intelectual.
O jovem ou criança em crescimento deve ser sustentado por um projeto adulto (pais, escola, sociedade em geral) onde a utopia se conjugue com a ética do viver. Esta utopia ética deve partir de um reconhecimento (um duplo conhecimento) da criança que cresce. Duplo conhecimento de suas demandas, sua necessidade de ser contido, orientado e limitado, em resumo, reconhecimento da criança como pessoa, ou seja, como sujeito, não anônimo nem inexistente.
Portanto, um projeto preventivo supera o marco da pura informação sobre os efeitos do uso indevido de drogas.
A família da criança, a estrutura curricular do ensino e a estrutura institucional escolar jogam um papel onde a capacidade de holding da escola e dos pais se converte no principal elemento preventivo.
O projeto preventivo implica, numa transformação da família e da escola como instituição (melhoria da qualidade de vida institucional).
Sobre este aspecto, a escola e a política escolar devem promover ações de cuidado e apoio a aqueles educandos com problemas de atraso na aprendizagem, transtorno de conduta, carências na vida familiar, déficit ambientais sociais e econômicos. Esta população é, por si mesmo, uma população de risco para o consumo de drogas.
preponderante. É a célula política de contenção primaria onde os vários representantes da comunidade (docente, pais, políticos, religiosos, jovens) se unem dentro do município com o fim de organizar ações preventivas.
O plano preventivo deve incorporar à vida laboral como um elemento fundamental. A cultura do trabalho tem especificamente no álcool e a droga seu maior inimigo; isto dá lugar aos jovens aposentados por incapacidade, faltas no trabalho (a media de falta de um trabalhador não adito é de 10 dias por ano, enquanto que a de um adito é de quaro vezes mais), numero maior de acidentes de trabalho, transtornos familiares (principalmente com os filhos), violência, etc.
A capacitação de agentes, a criação de Centros Preventivos laborais, e a adequação de uma política laboral e assistencial são as metas deste plano preventivo específico.
Um bom sistema preventivo laboral fomenta a detenção precoce do alcoolismo e as adições em geral, gerando desta maneira um freio a processos de internação que podem ser prejudiciais para o paciente, sua família e para a própria vida social.
O plano preventivo deve-se acompanhar de uma política nos meios de comunicação social que tende a:
- Limitar o uso de imagens que incitem ao uso de drogas e ao alcoolismo.
- Fomentar um estilo de vida sadia e baseada em valores de educação para a saúde.
- Formar jornalistas especializados sobre o tema.
- Romper com a imagem social que se transforma num estereotipo de adito=delinqüente já que isto predispõe a criar a noção de incurabilidade ou impossibilidade de tratamento e de pânico social.
- Alimentar na população a possibilidade de uma compreensão diferente do fenômeno das adições e de sua cura ou tratamento.
O Centro Preventivo Assistencial incorpora às noções clássicas ligadas às ciências médicas e psicológicas um conceito psicosocial e pedagógico visto que geralmente o consumidor de drogas necessita de um enfoque integral; geralmente sua escolaridade e todas as suas aprendizagens sociais e familiares sofreram sérios impactos, quer seja pela ausência, falta ou carência desses vínculos.
A partir daí a rede tem no Centro de Desintoxicação a unidade seguinte de complexidade assistencial. O problema clínico que o adito tem a fim de eu seja detectado e tratado clinicamente: hepatite, transtornos cardíacos, neurológicos, etc, tornam necessário um cuidado especializado.
Atualmente se soma a complicação pelos problemas da incidência do vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que requer um acompanhamento mui particular bem como as mudanças na dieta alimentar e na vida cotidiana.
A Unidade de Desintoxicação também cumpre uma tarefa educativa e de orientação ao paciente para que possa continuar outra fase do tratamento que lhe permita vislumbrar as diferentes crises familiares, sociais e pessoais que o levou ao uso e abuso de drogas.
Este centro assistencial está voltado para a síndrome de abstinência e o prepara para um sistema de atenção comunitária mais complexo a fim de seu tratamento e posterior reintegração social.
Outro nível de complexidade passa estruturação de COMUNIDADES TERAPEUTICAS, que devem ter três tipos de modalidades.
- Comunidades terapêuticas profissionais = Ênfases em certos aspectos terapêuticos (psicoterapias, grupos terapêuticos, terapia familiar, etc.)
- Comunidades Terapêuticas sócio-pedagógicas = Enfatizam o aspecto educativo e de socialização primaria
- Comunidades de Vida = Esta cobre essencialmente as necessidades daqueles pacientes sem possibilidade de reintegração social porque seu estado psicológico esta mui deteriorado ou por escassa contenção familiar.
Apesar de que tudo isso nos fala de Tratamento, é importante que no processo de Prevenção a conscientização do mesmo esteja sempre presente.
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