sábado, 2 de outubro de 2010

O MUNDO DAS DROGAS

No mundo do uso e abuso das drogas, as palavras chaves são "mudanças dramáticas", quando alguém olha o padrão dos últimos anos. Antes, os padrões eram relativamente constantes e previsíveis. As drogas "ilegais" se limitavam a determinadas minorias raciais, étnicas e filosóficas. Com freqüência, estas estavam submersas dentro dos guetos urbanos. A maioria da classe media se confinava a drogas tradicionais alteradoras da disposição ou psicotrópicas, tais como cigarros, álcool e certos fármacos receitados. Entretanto, os padrões contemporâneos do abuso de drogas mudaram tão dramaticamente e se estenderam tanto que, na atualidade, o único que podemos prognosticar com segurança referente à cena dos fármacos é que continuará mudando para pior.
A perspectiva da sociedade concernente ao abuso das drogas também deve mudar. Já não é aceitável catalogar as substancias suavemente psicoativas tais como o álcool e a nicotina como "não drogas"., e insistir que o abuso de drogas acontece unicamente na cultura juvenil. O usuário individual das drogas passou a ser visto por muita gente através de uma mistura de educação deficiente e confiança puritana sempre presente na justiça, a ordem e o castigo para regular a moral, como um criminoso e não como um paciente. Esta atitude afasta cada vez mais os jovens que ingressam na cultura das drogas.
No mundo das drogas, apesar da grande variedade, poucos usuários utilizam todas e inclusive aqueles que as provam, com o tempo a tendência é a de especializar-se em uma ou duas classes de drogas. Por que? A resposta mais simples é: "ninguém sabe". A mais complexa é que a disponibilidade, o apoio social (ou a falta dele) e os complicados processos biológicos e psicológicos influenciam na " seleção da droga".
Existe três termos que freqüentemente são utilizados e que devemos definir. A "dependência", que se refere às complexas adaptações biológicas ao uso prolongado das drogas, que se manifestam como a ansiedade do usuário por continuar usando-a. Também descreve a conduta de consumir continuamente a droga. Finalmente, a dependência implica na dor da abstinência que o usuário experimenta quando tenta deixar de usá-la.
O termo dependência tem substituído ao de adição que, geralmente, se aplicava unicamente à dependência de drogas opiáceas como a heroína. Assim sendo, um usuário regular de maconha que tem dificuldade para deixar o seu uso, é dependente da droga. Quando tenta fazê-lo, sente uma necessidade maior de usá-la. Se não o faz, se sente mal, agressivo, com insônia (sintomas de abstinência).
Os sintomas precisos de abstinência diferem com o tipo de drogas; enquanto que os sintomas são influenciados pela dose de droga utilizada, a freqüência e duração de tal uso, e pelas características individuais do usuário, o padrão geral de tais sintomas é comum a todas as drogas de nossa classificação.
"Tolerância" a uma droga significa que quanto mais quantidade se tome, menos efeitos se logram a cada dose. Isso porque com o tempo o corpo se adapta à presença da droga, o usuário de grandes doses deve tomar mais e mais para lograr o efeito desejado. Isto se vê claramente com o álcool, onde o usuário habitual sente um efeito muito leve ou quase nenhum com uma cerveja, porém o usuário primário obterá um efeito relativamente forte ao beber a mesma quantidade.
Estas três palavras, dependência, abstinência e tolerância, são importantes para entender a experiência das drogas.
A razão pela qual os usuários de drogas se tornam dependentes de uma droga em particular é uma pergunta interessante e que ainda não tem resposta. Em nossa experiência, responder a esta pergunta não ajudará ao usuário, nem aos preocupados membros de sua família ou a seus terapeutas.

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